Reforma Tributária 2025: como funciona o Split Payment e as novas formas de pagar impostos 

A principal inovação da Reforma Tributária 2025 é o split payment – um modelo de recolhimento automático que traz mais segurança, mas também novos desafios para empresários e contadores.

A Reforma Tributária 2025 já está em andamento e promete mudar não só quais impostos pagamos, mas também como eles serão pagos. Essa transformação impacta diretamente o fluxo de caixa das empresas e exige uma nova postura na gestão financeira. 

A principal inovação é o split payment – um modelo de recolhimento automático que traz mais segurança, mas também novos desafios para empresários e contadores.

Como funciona o pagamento de impostos hoje

Atualmente, as empresas recebem o valor total da venda, calculam os tributos (como PIS, Cofins, ICMS e ISS) e só depois efetuam o pagamento ao governo, geralmente no fim do mês. 

Esse processo, apesar de comum, abre espaço para: 

  • atrasos e esquecimentos; 
  • dificuldades de caixa no momento de quitar as guias; 
  • riscos de autuações e multas. 
Novas formas de extinção de débitos tributários na Reforma Tributária 2025

A nova lei trouxe cinco formas de quitar tributos. Veja como vai funcionar: 

  1. Compensação de créditos

Se a empresa pagou mais imposto em operações anteriores, poderá usar esse crédito para abater futuros débitos. É como usar pontos acumulados para reduzir a conta. 

  1. Pagamento direto

O modelo tradicional continua existindo: a empresa calcula e paga a guia (CBS ou IBS). Porém, será exceção em comparação ao modelo atual. 

  1. Split Payment (pagamento fracionado automático)

A grande novidade! No momento em que o cliente paga a nota fiscal, o banco já separa automaticamente o valor do imposto e repassa direto ao governo. A empresa recebe apenas o valor líquido, semelhante ao desconto de imposto na fonte do salário. 

  1. Responsabilidade de terceiros

Em algumas operações, quem recolhe o imposto não é a empresa vendedora, mas outra parte – como marketplaces e plataformas digitais que intermediam vendas. 

  1. Outros mecanismos

A reforma também prevê: 

  • Cashback tributário: parte do imposto devolvida a consumidores de baixa renda; 
  • Remissão: perdão da dívida; 
  • Prescrição: quando a cobrança perde validade. 
O impacto do Split Payment nas empresas

O split payment traz mudanças profundas na rotina empresarial: 

Desafios 

  • O valor do imposto não entra mais no caixa da empresa; 
  • Necessidade de maior controle financeiro; 
  • Revisão de contratos e precificação de produtos/serviços. 

 

Benefícios 

  • Fim da dor de cabeça com atraso no pagamento de guias; 
  • Redução de autuações e multas; 
  • Maior previsibilidade para empresas e governo. 
Comparativo: como é hoje x como será com a Reforma Tributária

A tabela abaixo mostra, em detalhes, como funcionava o sistema atual e como ficará após a implementação da Reforma Tributária 2025: 

Modalidade

Como é hoje
Como será depois da Reforma

Pagamento direto

A empresa recebe o valor total da venda, calcula os tributos (PIS, Cofins, ICMS, ISS) e paga via guia (DAS, DARF) em data posterior. 

Continuará existindo, mas com CBS e IBS. Será permitido em situações específicas, mas como exceção, já que a regra será o recolhimento automático. 

Compensação de créditos

Possível apenas em alguns tributos, como PIS/Cofins no regime não cumulativo e ICMS sobre insumos. 

Ganha mais relevância: créditos de IBS e CBS poderão ser usados amplamente, inclusive para abater despesas essenciais da atividade empresarial. 

Split Payment

Não existe atualmente. O imposto é recolhido somente após o valor entrar no caixa da empresa, o que gera riscos de atrasos e inadimplência. 

Novidade principal: no ato do pagamento da nota, o banco retém a parte do imposto e repassa direto ao fisco. A empresa recebe apenas o valor líquido da operação. 

Responsabilidade de terceiros

Já existe em alguns casos, como na substituição tributária e retenções de ISS e INSS. 

Será ampliado: marketplaces, plataformas digitais e outros intermediários poderão recolher IBS e CBS em nome dos vendedores. 

Remissão e prescrição

Já previstas no sistema tributário: remissão (perdão da dívida) ou prescrição (perda do direito de cobrança pelo fisco após o prazo). 

Mantidas como formas legais de extinção do crédito tributário. 

Cashback tributário

Não existe hoje na prática.

Inovação social: parte do imposto poderá ser devolvida a consumidores de baixa renda, reduzindo desigualdade no consumo. 

Esse comparativo evidencia que a lógica tributária será mais automática, centralizada e transparente, mas exigirá mudanças significativas na gestão financeira das empresas. 

Conclusão

A forma de pagar impostos no Brasil nunca mais será a mesma.  O split payment é a principal mudança da Reforma Tributária 2025, exigindo mais profissionalismo na gestão financeira, mas também trazendo segurança e previsibilidade. 

Se a sua empresa ainda não começou a se preparar, este é o momento. O impacto no fluxo de caixa será direto e contar com apoio técnico especializado é essencial para atravessar essa transição sem riscos. 

Cinthia Carvalho
Sócia ContabExpress

Administradora pós-graduada em controladoria e auditoria pela FGV, com mais de 12 anos de atuação na área de auditoria tributária e no atendimento ao cliente.

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